CIÊNCIAS HUMANAS REALIZAM ESTUDO SOBRE AVALIAÇÃO FOCADO NA LDB

A área das Ciências Humanas do Liceu de Quixeramobim realizou no dia 02 de outubro, o terceiro encontro para estudar a avaliação da aprendizagem. Esse encontro teve como objetivo estudar a avaliação focando as reflexões a partir do que diz a LDB-9394/96- Lei de Diretrizes e Bases da Educação sobre ponto de vista legal, seus aspectos mais pertinentes sobre o tema.

Durante a acolhida o coordenador da área, Prof. Neto Camorim, apresentou alguns slides que destacava a seguinte indagação: Avaliação: premiação ou punição? Baseado nessa questão aconteceu uma importante reflexão coletiva, onde os professores colocaram as suas opiniões.

Depois desse momento introdutório, foi realizada a leitura comentada do texto: “Avaliação na Lei de Diretrizes e Bases- LDB 9394/96”, focando no artigo 24, onde destaca alguns pontos centrais sobre a avaliação, tais como:

• A avaliação contínua e cumulativa do desempenho do aluno;
• A prevalência dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos e dos resultados ao longo do período de eventuais provas finais;
• A possibilidade de avanço nos cursos e nas séries mediante verificação do aprendizado;
• O aproveitamento de estudos concluídos com êxito;
• A obrigatoriedade de estudos de recuperação de preferência paralela ao período letivo;
• A inovação pedagógica para se garantir a aprendizagem dos estudantes.

A partir do estudo do texto foram apresentadas e refletidas algumas questões:

1. Por que será que grande parte das escolas continua priorizando os resultados da avaliação como se estes fossem o retrato do processo de aprendizagem dos alunos, privilegiando o quantitativo em detrimento da formatividade do processo?
2. Como avaliar não é medir, quando podemos afirmar que os alunos conseguiram obter um bom aproveitamento escolar?

Na visão de DAVIS e ESPÓSITO (1990), “o aproveitamento é a apropriação que se faz daquilo que a escola pretende ensinar”. Elas chamam a atenção para os objetivos da escolarização e sua estreita vinculação com o que se conceitua sobre aproveitamento escolar.

Com as contribuições de PERRENOUD (1993,1999), foi sintetizado alguns elementos que caracterizam uma avaliação formativa, e assim dialogar sobre alguns pontos para se construir instrumentos da avaliação.

• Mudar a avaliação é fácil de dizer e tentativas são feitas, mas difícil mesmo é permitir que “mexam na minha avaliação”;
• A questão central é a natureza das mudanças que devem ocorrer na escola, nos processos educativos dentro e fora da instituição, na própria sala de aula. Nem todas as mudanças têm o mesmo valor democrático;
• Uma avaliação formativa ajuda o aluno a aprender e o professor a ensinar.

Outra questão abordada no estudo foi à importância que deve ter o contrato didático dar na reconstrução de práticas educativo-avaliativas.

Segundo PERRENOUD (1999), existe a necessidade de se elaborar um contrato didático para garantir o essencial do processo pedagógico. Aprender e ensinar, na perspectiva de formação plena dos alunos e dos professores, numa postura democrática. No contrato didático, devem ser explicitados os acordos coletivos para a criação de um clima favorável às aprendizagens. Nele devem ser focados nas competências e habilidades a serem trabalhadas com os alunos, bem como as diretrizes curriculares, as técnicas e instrumentos de avaliação necessários ao êxito e da aprendizagem.

Reconhecemos que são muitas as dificuldades para se desenvolver uma avaliação formativa. Mas acreditamos que um coletivo pedagógico forte pode concretizar muitas ações para construí-la. E a LDB pode contribuir muito para isso. Para tanto é necessário estudá-la.

Dando seqüencia ao estudo, foi realizada leitura da fábula- “A Escola dos Bichos”, onde foi discutida a diferença entre medir e avaliar e as conseqüências de se priorizar o quantitativo em detrimento do qualitativo em educação. Esta fábula possibilitou os professores refletirem a sua prática avaliativa.

Outro ponto estudado nesse encontro foi às técnicas e instrumentos de avaliação do aproveitamento escolar. Elas contribuem significativamente para a elaboração de uma avaliação formativa e emancipadora. Mas para que ela aconteça é necessária uma fundamentação teórica, uma base técnica que possa auxiliar na sua concretização como prática educativa na sala de aula e em outros espaços da escola.

Uma das principais técnicas de avaliação é a observação. Ela é tão importante e indispensável que sem ela, seria impossível avaliar numa perspectiva formativa e amancipadora.

Para concluir o encontro foi exibido o vídeo: Avaliação de Aprendizagem- com o professor Celso Antunes. Após a sua apresentação foram sintetizados alguns aspectos considerados importantes no vídeo, para a formação dos professores no que diz respeito à avaliação.

Segundo Celso Antunes, a vida é um processo permanente de avaliação. Ela está presente em todos os momentos de nossa vida, e faz parte da rotina da escola. Em seguida destacou na sua fala. O que é avaliar? O que avaliamos é pertinente a vida do aluno? Muitas vezes ensinamos porque está no programa. Aquele conteúdo estudado, não permite ao aluno compreender seu espaço de sociabilidade e nem ajuda ele construir habilidades para resolver problemas. E o professor muitas vezes, não está atento para observar tais questões.

Outro aspecto destacado por Celso Antunes, é que ao avaliar o professor deve aceitar as diferentes respostas. Para tanto é necessário conhecer as diferenças de seus alunos. Muitas vezes eles têm compreensões e entendimentos diferentes. E a beleza de aprender está na diversidade. Não existe uma única forma de aprender e de avaliar. Inúmeras vezes a avaliação não é vista como algo dos resultados significativos da aprendizagem doa alunos, mas é transformada num funil de exclusão.

A escola precisa caminhar para avaliações mais abrangentes. Portanto precisa urgentemente discutir com maior profundidade a avaliação. Será que vala apenas avaliar o saber escolar? O problema da avaliação está muitas vezes centrado em avaliar aquilo que de fato deve ser avaliado? Os alunos dever ser avaliado no âmbito de suas competências e habilidades mais amplas, que envolva outros referenciais importantes em busca da melhoria de sua aprendizagem.

Neto Camorim- PCA das Ciências Humanas- Liceu de Quixeramobim

netocamorim@gmail.com