Autores:
Luisa Oliveira Amâncio
Francisco Roberto Almeida de Carvalho
Luiz Ribeiro Neto
Avilar Herique da Silva dos Santos.
Ivonildo da Silva Reis
Apresentação:
A poesia popular, enquanto literatura oral já existe há mais de 3.500 anos. No Brasil o cordel chegou, trazido de Portugal, onde era vendido como "folhas soltas", mas foi com um poeta nascido em Pombal, que ele ganhou celebridade. Foi Leandro Gomes de Barros quem primeiro passou a editar e comercializar, no final do século XIX, o folheto na forma tal como temos atualmente, por isso ele é considerado o patriarca dessa expressão popular e a Paraíba é tida como o berço da literatura de cordel.
O nome Literatura de cordel foi dado a estes livretos porque eles são vendidos nas feiras e nas portas de lojas, encarreirados em cordéis e presos por prendedores de roupas. Os poetas, autores dessa literatura, são gente tão simples como as pessoas que compram estes livretos. Sua linguagem é a linguagem do povo, por isso despertam tanto interesse. Eles se referem a Deus e ao Diabo, aos heróis do sertão como Jerônimo e Antônio Conselheiro, aos animais consagrados pelo cultura popular como o boi, a cobra e ouros.
Além da parte literária, o cordel é interessante pelas figuras que apresenta, feitas em xilogravuras, mostrando toda a ingenuidade da arte popular. Aparecem nas gravuras: monstros, o diabo e os elementos que rodeiam os artesãos do cajá, madeira mole que facilita a execução das figuras. São eles os cantadores, vaqueiros, bois, aves e animais diversos. Surgem também figuras humanas, geralmente relacionadas com o assunto dos folhetos.
Hoje sofre dos males do esquecimento e do abandono, explicado pelo advento da era tecnológica e assimilação desenfreada da cultura estrangeira. Ele já foi, no interior do Nordeste, o jornal, a música, o lazer de um povo que se reunia nos salões ou terreiros das casas para fantasiar histórias lidas por aqueles que dominavam os códigos da leitura e servia também para alfabetizar tantos outros que as vezes sabia de cor folhetos famosos. O hábito de ler cotidianamente o cordel fez surgir no Nordeste poetas de expressão como Patativa do Assaré e revelar ao mundo uma música inigualável de Luiz Gonzaga, valores que sintetizam a grandiosidade da nossa arte popular.
Justificativa:
O cordel precisa sobreviver e voltar a ser uma cultura de massa tal como antigamente. Certamente alguns poetas continuarão nas feiras, outros levarão suas obras às bancas de jornal, livrarias, outros ainda procurarão utilizar os recursos da mesma era tecnológica que ajudou a sucumbi-lo - como o rádio, jornal, TV e agora mais recentemente a internet - para fazer chegar aos quatro cantos do mundo a imponente cultura nordestina.
Contudo, acreditamos que a literatura de cordel só poderá se transformar numa cultura de massa a partir do momento que a escola passar a estimular o seu uso, ou seja, a comunidade escolar (alunos, professores, funcionários) adotar o hábito da leitura.
Quando a escola procurar conscientizar a todos da real necessidade de se preservar o cordel enquanto saber histórico, estaremos caminhando em direção a sua revitalização.
Levar a literatura de cordel até a escola significa oferecer um importante e motivante meio de educação aos alunos do ensino médio. Através da poesia popular o aluno poderá conhecer aspectos da história do nordestino, pois o cordel retrata a cultura, o cotidiano, a realidade do povo e suas peculiaridades. Mas pode versar sobre qualquer assunto e ser utilizado como recurso pedagógico para debater temas relacionados à educação escolar como cidadania, solidariedade, preconceito, discriminação racial, consciência ambiental, espiritualidade, ética, educação sexual, combate às drogas, violência, condição social da população, amor ao próximo.
Ter o cordel nas bibliotecas das escolas pode representar um passo extremamente valioso para o devido reconhecimento e resgate desse tipo de literatura e dar à nova geração a oportunidade de apreciar a riqueza e expressividade da nossa cultura. Significa observar o contato do passado, da memória do saber tradicional, do conto poético numa linguagem ao mesmo tempo simplória e bela, de fácil compreensão e de uma engenhosidade singular observada na construção dos versos e rimas. A escola tem que obrigatoriamente prestigiar a cultura popular, caso queira preservar a sua própria história. E demonstrar preocupação na manutenção do saber é assumir e incorporar a sua rotina o contato com as manifestações.
Objetivos:
Reconhecer a importância da literatura de cordel enquanto patrimônio histórico e cultural do povo, nordestino e brasileiro.
Utilizar a poesia de cordel como recurso pedagógico para debater temas relacionados à educação escolar como cidadania, solidariedade, preconceito, discriminação racial, consciência ambiental, espiritualidade, ética, educação sexual, combate às drogas, violência, condição social da população, amor ao próximo.
Estimular a leitura, produção e edição de folhetos de cordel entre alunos e demais integrantes da comunidade escolar.
Contribuir para o resgate da literatura de cordel na perspectiva de transformá-la em veículo de comunicação de massa.
Estudar os aspectos históricos da Literatura de Cordel.
Criar uma sala temática com a presença de convidados.
Público Alvo:
Toda comunidade escolar.
Agentes Envolvidos:
Professores de Língua Portuguesa, Literatura e História.
Laboratórios de Informática.
Centro de Multimeios.
Coordenação Pedagógica.
Metodologia
Estudos em sala de aula sobre o tema Cordel (Aspectos literários e históricos.).
Pesquisas no LEI e Centro de Multimeios.
Produção de Cordéis (Professores de Língua Portuguesa).
Montagem de salas temáticas.
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