Com uma programação constituída de exibições de filme e documentários em sala de aula, produções textuais e apresentações culturais envolvendo alunos e convidados, o Liceu de Quixeramobim realizou de 16 a 20 de novembro a Semana da Consciência Negra. Atividade do calendário escolar dentro das ações do projeto “Gente não tem cor”.
No dia 20 de novembro foi realizado nos turnos manhã/tarde e noite, durante o horário dos intervalos, apresentações culturais retratando a cultura e beleza negra. Atividade coordenada pelo professor Ailton Brasil e com a participação dos alunos e artistas convidados como Cláudio Geléia que durante uma semana realizou ensaios com os alunos da escola e o músico e produtor cultural Ari que no período da manhã fez uma bela apresentação tocando blue e jazz, intercalando com outros ritmos regionais.
Segundo o coordenador escolar Francisco Antonio Albuquerque é atividade como essas que de fato pode integrar mais os alunos a escola. Além de ao mesmo tempo, está integrando o currículo, como propõe as diretrizes nacionais do Ensino Médio.
Para o professor de história Neto Camorim, a cultura afro-brasileira precisa ter mais visibilidade no currículo escolar. Sabemos da dificuldade de trabalhar esse tema, numa sociedade que ainda persiste não debater seriamente o racismo e o preconceito continuando escondido em nossas ações preconceituosas e que permanecem veladas. Tal prática se reproduz na maioria das vezes na própria escola, local que deveria ter outra visão. Mas aos poucos tenho percebido que é possível mudas. Principalmente depois da Lei 10.639/2003, que mesmo de maneira lenta diante da urgência que o tema necessita, tem contribuído para ampliar esse debate nas escolas. E com o empenho e compromisso daqueles que querem uma sociedade menos racista e mais democrática, construiremos uma escola melhor, e que valorize a cultura negra e seus saberes diversos.
A opressão histórica do povo negro com as marcas da escravidão deve ser superada pelos seus exemplos de resistência nos mais variados espaços onde ele atuou e ainda atua na sociedade, muitas vezes no anonimato e na exclusão. Os exemplos dos nossos heróis negros precisam ser conhecidos pelos nossos jovens, para se construir uma nova história com mais igualdade racial e justiça social. Viva Zumbi dos Palmares! Destacou Neto Camorim
A todos os professores e apoiadores que colaboraram com a realização do evento o nosso muito obrigado. É assim que iremos construir uma sociedade que valorize suas matrizes culturais. E a afro-brasileira precisa ser estudada para que de fato possamos valorizar a nossa mistura africana uma das mais importantes contribuições de nossa identidade cultural, ainda tão discriminada.
Muito Axé a todos (as)!
No dia 20 de novembro foi realizado nos turnos manhã/tarde e noite, durante o horário dos intervalos, apresentações culturais retratando a cultura e beleza negra. Atividade coordenada pelo professor Ailton Brasil e com a participação dos alunos e artistas convidados como Cláudio Geléia que durante uma semana realizou ensaios com os alunos da escola e o músico e produtor cultural Ari que no período da manhã fez uma bela apresentação tocando blue e jazz, intercalando com outros ritmos regionais.
Segundo o coordenador escolar Francisco Antonio Albuquerque é atividade como essas que de fato pode integrar mais os alunos a escola. Além de ao mesmo tempo, está integrando o currículo, como propõe as diretrizes nacionais do Ensino Médio.
Para o professor de história Neto Camorim, a cultura afro-brasileira precisa ter mais visibilidade no currículo escolar. Sabemos da dificuldade de trabalhar esse tema, numa sociedade que ainda persiste não debater seriamente o racismo e o preconceito continuando escondido em nossas ações preconceituosas e que permanecem veladas. Tal prática se reproduz na maioria das vezes na própria escola, local que deveria ter outra visão. Mas aos poucos tenho percebido que é possível mudas. Principalmente depois da Lei 10.639/2003, que mesmo de maneira lenta diante da urgência que o tema necessita, tem contribuído para ampliar esse debate nas escolas. E com o empenho e compromisso daqueles que querem uma sociedade menos racista e mais democrática, construiremos uma escola melhor, e que valorize a cultura negra e seus saberes diversos.
A opressão histórica do povo negro com as marcas da escravidão deve ser superada pelos seus exemplos de resistência nos mais variados espaços onde ele atuou e ainda atua na sociedade, muitas vezes no anonimato e na exclusão. Os exemplos dos nossos heróis negros precisam ser conhecidos pelos nossos jovens, para se construir uma nova história com mais igualdade racial e justiça social. Viva Zumbi dos Palmares! Destacou Neto Camorim
A todos os professores e apoiadores que colaboraram com a realização do evento o nosso muito obrigado. É assim que iremos construir uma sociedade que valorize suas matrizes culturais. E a afro-brasileira precisa ser estudada para que de fato possamos valorizar a nossa mistura africana uma das mais importantes contribuições de nossa identidade cultural, ainda tão discriminada.
Muito Axé a todos (as)!
Neto Camorim – Professor de história do Liceu e integrante do setorial negros e negras de Quixeramobim.
Produção de Textos de alunos
O LEGADO DA ESCRAVIDÃO E O
PRECONCEITO CONTRA NEGROS NO BRASIL
No Brasil o preconceito contra
os negros ainda é bastante comum. Uma parcela da sociedade insiste
em manter certa indiferença com os negros fazendo com que eles sejam
submissos aos brancos, numa nação de miscigenados.
Há muitos anos o negro vem
lutando pela igualdade, para acabar as marcas da escravidão e serem
efetivamente libertos. Isso não tem sido tarefa fácil, num país
como o nosso, que mantém as práticas da escravidão e da exclusão
social, mesmo depois de quase 130 anos de abolida a escravidão.
A abolição aconteceu, mas
as pessoas continuam tratando o negro como escravo, ou algo parecido,
obrigando-os a trabalhar ganhando pouco e trabalhando muito; as
mulheres negras em muitos casos ocupam apenas trabalho de domésticas,
são humilhadas e até abusadas sexualmente pelos seus patrões, além
das agressões sofridas e não denunciadas por medo de repressão.
Ainda existe um grande índice
de preconceito contra os negros. Todos os dias são registrados
vários casos de agressão, não só fisicamente, mas também
moralmente e em alguns casos espancados, e até mortos. São
ofendidos com palavras, tratados como um objeto. Portanto, não se
tem respeito. Muitos acham que o negro não pode ter um bom emprego,
ocupar um cargo de destaque. Dizem até, muitas vezes em forma de
“brincadeiras”, não assumindo seu preconceito velado, que
emprego para negro é só limpando chão, serviços domésticos ou
outras funções de baixa remuneração que acabam perpetuando as
desigualdades sociais.
Nos dias de hoje não deveria
mais existir distinção de raça, cor ou religião. Todos deveriam
ser tratados com igualdade e respeito, pois todos são iguais, apesar
de que alguns ainda insistem para que a desigualdade continue.
Precisamos mudar isso!
Iara
Pinheiro Maciel Barbosa – Aluna do 3º ano D
Gerson Saldanha – Aluno do 3º Ano B
A perpetuação do
preconceito racial no Brasil
Os antropólogos jamais
imaginaram que o século XXI traria tantas contradições para a
população negra brasileira. Justamente estes, que sempre foram os
marginalizados e ainda vivem o drama da cor da pele tida como
inferior.
Não seria exagero afirmar que
o Brasil tem uma dívida histórica com sua população e essa
inadimplência desumana é a causa das desgraças de milhares de
pessoas que aqui habitam. Digo habitam, porque se sentem estrangeiros
dentro da própria pátria.
Que loucura! Como pode um país
tão miscigenado e cheio de diferenças culturais como o nosso,
existir preconceito de cor? Creio que esse absurdo seja uma herança
europeia absurda, que o nosso complexo de estrangeirismo insiste em
copiar.
Justificar a perpetuação do
preconceito só através da cor da pele é uma da ideia falsa.
Sabemos que o problema está na concentração das riquezas nacionais
nas mãos de pequenos grupos de pessoas que historicamente sempre
exerceram o controle do estado brasileiro. A marginalização do
negro na sociedade só existe porque estes estão excluídos das
pautas das políticas de distribuição de renda e empobrecidos no
meio de tantas riquezas por ele produzidas e não usufruídas.
Então, quando afirmamos que o
preconceito é de cor, não estamos levando em consideração a
negação dos direitos sociais e civis fundamentais. A cor é usada
apenas para justificar o injustificável.
A antropologia social se
esquece de ver a pobreza dos negros como “produto” da ganância e
da exploração dos senhores de engenho. Entretanto, resolveram
justificar através da cor, e assim a ideia dissemina-se, fazendo
parecer que “fulano” só é marginalizado porque é negro. E
sabemos que não é bem assim. Há vários outros fatores.
Lamentavelmente esse discurso
ideológico insiste em se propagar. Nélson Mandela disse que
“ninguém nasce racista, torna-se racista”. Ou seja, o
preconceito será passado oralmente pelos paupérrimos seres que se
dizem superior.
Agora imaginemos. Se fosse
comum um negro ser detentor do grande capital ele seria subjugado?
Claro que não. O problema surge porque estes foram sugados desde sua
gênese, envenenados com o imperialismo selvagem, reféns dos navios
negreiros. Em suma, uma moeda descartável.
Portanto, como dizer que são
racionais aqueles que ainda tratam os seres humanos como insetos?
Julgam-se superiores na própria fraqueza de tanto quererem ser os
melhores. Sinceramente, tenho muitas incertezas neste século dito
pós-moderno. No entanto, permanecem com a mesma mentalidade do
período escravocrata. Com uma visão de mundo até pior do que no
período paleolítico. Pois, não se tem nenhum relato que o homem da
caverna fosse racista. Se é que tivessem noção de cor da pele,
isso só surgiu como justificativa racista depois do chamado “mundo
civilizado” pelo homem europeu para dominar os povos no mundo
africano e em suas colônias.
Ruth dos Santos
– Aluna do 3º Ano B
Poema
- Consciência Negra!
Eles
querem que alguém que vem
De
onde viemos
Seja
mais humilde
Nunca
se revide
Finja
que esqueceu
A
coisa toda- Emicida
Olhares,
desconfiança
De
quem nunca viu
São
ares, de violência
Da
dor que nunca sentiu
Somos
da África, continente
Da
pele negra, e o sorriso contente
Como
nunca se viu
Da
música que você dança
Do
batuque, da cultura, do Mandela
Que
a base conhecimento
Porque
ninguém nasce racista
Somos
nós que educamos nossas crianças
Crescemos
aprendendo isso
Com
estereótipos, que a cor negra é ruim
Lutamos
numa guerra, que morreremos
E
não veremos o fim
E
não confunda luta com briga
Porque,
a briga sempre acaba ali
E
a luta é pra vida toda
Somos
a magia negra e não é nada de obscuro
Somos
a inteligência de Martin
E
a resistência de Malcom X
De
seu Jorge a Racionais
2pac
a sabotatage
Zumbi
a Afrika Bambaataa
Bezerra
da Silva, Gilberto Gil
E
milhares a mais
Que
a maioria morreram
E
nos deixaram esperança e um tanto de paz
E
não se assuste com a cor da minha pela branca
Pois
a magia negra entrou no meu coração
E
quem não tem sangue de negro nas veias
Consequentemente,
terá nas mãos.
Gerson Saldanha – Aluno do 3º Ano B
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